sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Projeções para o cenário econômico global

Recado para analistas de mercado financeiro, consultores de gestão de riscos, macro-economistas. Podem acreditar, a coisa vai ficar feia até o fim do ano. Isso eu garanto e a explicação é simples: eu.

Eu devo receber lá por dezembro um dinheiro que por alguns anos fui depositando num título de capitalização. A bolada, desde o início, tinha como objetivo viabilizar uma viagem. Já vislumbrando essa possibilidade como algo mais concreto, comecei a cogitar as possibilidades. Com esse dólar barato, pensei, bem que eu podia ir conhecer o fabuloso império ianque e voltar de Nova Iorque ou Los Angeles com o status de sacoleiro globalizado.

Foi o suficiente para ocasionar a turbulência no mercado internacional, provocada pela crise do setor imobiliário dos Estados Unidos e que fez o dólar voltar a subir depois de um bom período de queda.

Alguém lembra desde quando o dólar começou a cair? Eu lembro. Ali por 2005 eu tinha planejado uma outra viagem. Era na verdade uma indiada. Mas, enfim, tem que dar desconto, porque profissional liberal não tem férias. E quando uma conjunção de fatores permite uma saída de descanso, vale daí até as indiadas.

Não sei se hoje pensaria nisso, mas na ocasião me pareceu razoável pegar um ônibus até Campo Grande (MS) e depois Corumbá. Atravessar a fronteira com a Bolívia e embarcar no "trem da morte" até Santa Cruz de La Sierra. Avançar até La Paz, passando por Cochabamba rapidamente e seguir para Copacabana (Lago Titicaca). Entrando no território peruano, seguir por Puno até Cuzco (Macchu Pichu) e voltar para Nazca (litoral). Daria ainda para conhecer Lagunas, Salares e o Atacama.

Estava tudo definido, programado. Mochila nova, saco de dormir, tênis comprados. Uma boa quantidade de dólar, suficiente para sobreviver diante do fraco peso boliviano com certar mordomias. Mas eu só tinha uma janela em junho daquele ano que me permitiria dar essa saída. O que poderia dar errado? Pois é.

A viagem não saiu e fiquei então com uma coleção de notas do Ben Franklin guardadas, acompanhando queda após queda... Esse ano, com a cotação a menos de dois reais, tive que me desfazer das notas para dar conta de umas taxas da aquisição do apartamento. Por esta história linda e triste e pela nova viagem que eu só pensei na possibilidade de fazer, posso assegurar Bolsa indo às chamas, recessão na economia norte-americana e o escambau.

Um comentário:

Tiago Ornaghi de Aguiar disse...

Bom saber disso. Tenho uns fundos que serão resgatados na primeira oportunidade.