quinta-feira, 31 de maio de 2007

terça-feira, 29 de maio de 2007

Só amanhã (ou não)

Ok, já que o nosso letreiro cor de rosa está consagrado, amanhã terá um post-homenagem. Preparem-se para conhecer a Fabico como ela é hoje, incluindo as portas roxas.

Update: Me perdi no tempo ao refletir que o amanhã de ontem é hoje e acho que por isso esqueci de levar a máquina na Fabico. Fica pra semana que vem. Daí posso aproveitar e fazer um "Por onde anda", estilo Milton Neves dos professores de lá.

Furos que Abalariam a República se alguém lesse o Falácias

“O HOMEM QUE COPIAVA”

Conquistar o poder central trás algumas vantagens inusitadas, ou nem tanto, que permitem aos governantes deixar o passado ser apenas isso mesmo – passado – e trabalhar com novos horizontes.

Com o governo Lula, apesar de todas as nossas esperanças alimentadas durante anos em comícios e greves, isso não poderia ser diferente. Pelo menos não depois dos escândalos do primeiro mandato.

Ter o controle de algumas instituições federais permite fazer com que esquemas como o das agências de publicidade ou das empreiteiras se tornem mesozoicamente obsoletos. Que coisa poderia ser mais antiquada do que andar por aí com maletas cheias de dinheiro, se arrastando por lobbies de hotéis cheios de câmeras indiscretas para comparecer a reuniões “republicanas”? E ter que explicar a origem de recursos tão indiscretamente fuxicados pelo Coaf? Que coisa pouco digna!

A Casa da Moeda, tão pouco lembrada por todos nós, por exemplo, pode ser um espólio bastante interessante para aqueles que galgaram em companhia de tantos amigos discretos e prestativos os altos degraus da política.

Prova disso foi um esquema que ainda se mantém silencioso aos ouvidos pouco atentos que cobrem (nos dois sentidos) os movimentos de Brasília.

O funcionário que queria delatar o esquema procurou um operador do PSDB no ano passado, apenas alguns meses antes das eleições presidencias. Marcaram um encontro, para variar, em um hotel de Brasília.

Sobre a cama, o funcionário abriu uma maleta com diversos maços de notas atadas com a fita da Casa da Moeda. Pegou dois desses maços e passou para o operador. Pediu que ele olhasse os números de controle das notas.

Para espanto do operador, eram iguais em ambos os maços.

Para que desviar dinheiro, transferi-lo de conta em conta, mandá-lo através de laboriosos doleiros para o exterior, se se pode apenas imprimi-lo?

O funcionário pedia R$ 1 milhão pelo material. E segurança.

O partido tucano, por algum motivo, não aceitou pagar. O operador repassou o contato para alguns veículos de imprensa que, por outros motivos, igualmente não quiseram pagar pelas provas. A história mofou e ainda espera o momento de ser tornada pública junto com tantas outras que tiram as nossas pudicas inocências.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Dois filmes maravilhosos; um detestável

Zodíaco, de David Fincher, que estréia nesta semana, e o italiano Vermelho como o Céu, de Cristiano Bortone, são filmes imperdíveis que já considero fortes candidatos para melhores do ano. O arrasa-quarteirão holliwoodiano e o modesto italiano guardam duas semelhanças que fazem deles bons filmes: roteiros competentíssimos e histórias que são todas de verdade. O terceiro é o brasileiro Baixio das Bestas, que nem merecia ser citado no lead.

Fincher, que tem os ótimos Se7en e Clube da Luta na cinematografia, conseguiu fazer novamente algo raro em Los Angeles: um filme policial de investigação inteligente e sem tiroteio e sangue espirrando na tela. Menos aqui é mais.

O filme é inspirado no caso de um assassino em série que agiu, sem nunca ser desmascarado, durante o final da década de 1960 e início da de 1970 em São Francisco. Ele se auto-nomeava Zodíaco e mandava bilhetes com códigos a serem decifrados para jornais e polícia.

Um jornalista, na verdade um cartunista, fica obcecado com os códigos e destrói a sua vida pessoal tentando decifrá-los. (Na vida real, ele perdeu a mulher, mas ficou milionário escrevendo best-sellers sobre o caso. Não consegui descobrir nada sobre a ex-mulher, mas talvez tenha valido a pena!)

O achado do filme foi não se render à violência dos crimes de Zodíaco. Coisa que poderia acontecer facilmente nas mãos de Fincher dado o seu histórico um pouco, digamos, propenso para a agressividade. Mas o roteiro de James Vanderbilt prende a atenção do espectador na trama do código e na obcessão do cartunista, vivido pelo eterno (ele nunca vai superar a pecha!) cowboy viado Jake Gyllanhaal.

Vermelho como o Céu passou quase despercebido pelo circuito de São Paulo e não tenho certeza se chegou a ser exibido em Porto Alegre. É a história de um menino, Mirco Mencacci, que aos dez anos fica cego depois de um acidente com uma espingarda do pai. De acordo com as leis italianas do início da década de 1970, cegos eram considerados deficientes e deviam ser mandados para internatos onde aprendiam a empalhar cadeiras e tecer tapetes. Como sabemos desde o início, o garoto se tornará um dos mais respeitados editores de som do cinema e da TV italianos.

A grandeza do filme está em conseguir driblar a pieguice que a história do “jovem-cego-que-supera-barreiras-e-vence-na-vida” facilmente oferece para o cineasta. O roteiro é sensivelmente construído para dar ao espectador uma experiência idílica de sons, que chega a ser, em muitos momentos, mesmo poética.

O filme lança ainda uma crítica inteligente à Igreja Católica. O internato de Mirco é mantido pela Igreja e as aulas são dadas por freiras e padres que simplesmente põem para tocar fitas K-7 (chamadas de áudio-livros). Mirco, encontra um gravador velho e passa a gravar sobre os áudio-livros; fazendo montagens de sons e narrações que formam histórias fantásticas de castelos, princesas e dragões.

Um toque maravilhoso da produção é o fato de todas as crianças do filme serem realmente cegas. Com destaque para o jovem Luca Capriotti, que faz o protagonista. Um filme bonito e tocante sem ser chorão.

Ninguém ia ver esse filme mesmo, mas, pelo menos, agora vocês têm alguns motivos para desdenhar Baixio das Bestas, de Cláudio Assis. É daqueles filmes que nos forçam, por mais que a gente lute contra essa tentação, a menosprezar o cinema nacional. Afinal de contas, por que cinema brasileiro tem que ter prostituta, palavrão, cafetão, putaria? E por que cinema brasileiro é o único do mundo que pode se furtar a ter enredo?

O roteiro dessa pornochanchada perdida no tempo é de Hilton Lacerda que já havia feito dobradinha com Assis, no mais que defectível Amarelo Manga. Aliás agora os dois já me devem três horas de vida que disperdicei assistindo a esses dois filmes.

Eu não consigo entender por que os cineastas nacionais insistem em fazer filmes sobre realidades que não conhecem. Filhos das classes altas, educadas, das grandes cidades, eles têm uma síndrome de culpa despropositada que os obriga a se lançar em empreitadas quixotescas como retratar o nordeste famélico e degredado com os instrumentos de crítica social que eles apreendem nos centros urbanos (leia-se nas aulas de Sociologia da USP). Resultado: uma cidade prostíbulo no sertão. Um filme cheio de nus frontais e bebedeiras, palavrões e violência. O espectador que se dane para extrair um sentido disso tudo.

domingo, 27 de maio de 2007

Enquete #1

Qual dos integrantes deste blog, delirando depois de jogar bola (sob um calor de 40 graus), balbuciava "O Araketu é bom demais..."?:

( ) PV
( ) Café
( ) Álvaro
( ) Cecconi
( ) Gustavo

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Basta


Diante das recentes (e justificadas) reações femininas à violência sexual doméstica continuada e em face da profunda e importantíssima polêmica parlamentar, quero manifestar meu repúdio pessoal a qualquer forma de machismo, conclamando os colegas blogueiros a fazer o mesmo. Essa declaração é oportuna tendo em vista as possíveis interpretações errôneas que alguns mal-intencionados podem fazer do conteúdo de certos posts desse blog.

Para tanto, tomei a liberdade de redigir uma Carta Aberta Contra o Machismo, que faz duras críticas às idéias do Neomachismo e do assim chamado Machismo Racional, movimento que pretende justificar idéias ultrapassadas com uma falsa e imperfeita noção de racionalidade. Segue o conteúdo integral da declaração:

CARTA ABERTA CONTRA O MACHISMO

O blog Falácias Felpudas, embora respeite o direito à livre-expressão, condena firmemente o machismo e quaisquer atos ou declarações que coloquem as mulheres em posição desfavorável, humilhante ou desconfortável. O machismo é uma praga que assolou o mundo por muito tempo e que resiste ainda apenas na cabeça de alguns poucos remanescentes, certos machões insensíveis, grosseiros e retrógrados, que ainda pensam que a beleza é a única virtude possível para uma mulher.

Entendemos como lendária e claramente fantasiosa a noção comum de que mulheres não sabem dirigir/fazer balizas, decorar senhas bancárias, entender o funcionamento de aparelhos eletrônicos, conviver pacificamente com suas pares, assistir um filme ou o Jornal Nacional sem fazer perguntas, contar piadas, compreender as complexas regras do futebol ou ficar de boca fechada por um minuto.

Também desprezamos piadas que de alguma forma denigrem a imagem da mulher, como uma que diz que para casar com uma mulher bonita, rica, jovem e inteligente um homem precisa casar quatro vezes. Ou aquela da pergunta: “o que tem cerca de 20cm de comprimento, mais ou menos 5cm de largura e deixa as mulheres malucas? Resposta: o dinheiro”. Ou ainda a que sugere que a melhor parte do sexo oral são os dez minutos de silêncio.

De maneira nenhuma aprovamos a imagem que a mídia tem difundido de que as mulheres são meros objetos, inclusive com a intensa exposição de seus corpos para fins de publicidade rasteira (de cervejas, principalmente) e venda de revistas machistas e degradantes. Para reforçar essa posição, nos negamos a consumir esses tipos de produtos. Ainda falando sobre a mídia, é importante ressaltar que nós não aceitamos o argumento de que mulheres são fúteis, até porque as estatísticas provam que são os homens a maior parte dos leitores de revistas como Capricho, Caras e Tititi. Também não entendemos como direta a relação entre os interesses femininos e os assuntos tratados em revistas como Cláudia, Nova ou Manequim. Essa desconexão com os interesses reais da mulher moderna certamente está levando esse tipo de publicação à falência.

Por fim, rejeitamos a interpretação absurda de que a categorização masculino/feminina das competições esportivas seja um indicativo de inferioridade da mulher em aspectos como força, impulsão, resistência, agilidade, velocidade, pontaria, equilíbrio e coordenação motora. No caso do xadrez feminino, nos abstemos de fazer qualquer comentário.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Só machistas ridículos ainda acham que mulheres não entendem de futebol

Rir da explicação sobre a regra do impedimento que transcrevo, me valeu uma semana sem sexo.
- É óbvio que eu sei quando o cara está impedido. É quando o jogador avança com a bola para o gol. E a defesa do outro time não está onde deveria e fura. E o goleiro também desaparece.
Aguardem o próximo post da série, explicando a diferença entre escanteio e lateral.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Aleluiamania

Fui surpreendido ao ler que o técnico da Seleção, Dunga, provavelmente se valeu de um olheiro eletrônico na sua última convocação. O You Tube teria sido decisivo para fazer Afonso, artilheiro do Campeonato Holandês, vestir a amarelinha. Fato que automaticamente me dá o direito de defender, também por vias digitais, a inclusão de um craque de mesmo quilate na lista.

Há cerca de um mês, passei uma semana de férias em Fortaleza. Peguei alguns dias chuvosos, que me obrigaram a trocar o espetinho de camarão na praia pelo controle remoto na sala.

Num programa esportivo local, a grande polêmica era a seguinte: o treinador do Ceará Sporting Clube (único do Norte-Nordeste a ir pra Conmebol, segundo pôster que li num boteco) estava colocando a estrela Reinaldo Aleluia no banco, para o segundo jogo decisivo da semifinal do Cearense.

Preste bastante atenção leitor, porque não é todo dia que você vê as palavras “estrela”, “Reinaldo” e “Aleluia” juntas.

Os comentaristas da mesa discutiam, argumentavam e se debatiam questionando a afronta que o treinador Marcelo Vilar fazia à torcida. Como assim Reinaldo Aleluia no banco? Um deles chegou a dizer: “A gente logo vê quando o jogador não tem intimidade com a redonda. E se há alguém no elenco do Ceará que sabe jogar bola é o Reinaldo Aleluia”.

Depoimentos indignados nas ruas reforçavam a posição da mesa. A “Aleluiamania” era uma febre de deixar mosquito da dengue enciumado.

E não terminava aí. O apresentador, um gordinho com pescoço de cágado, chama um VT do próprio Aleluia: “É. O torcedor sabe. Eu entro e resolvo”. Humildade à la Romário. Tenho certeza que a TV local está preparando um especial para quando o atacante marcar seu centésimo gol.

Depois de 1 hora, desliguei a TV convencido de duas coisas:

1) Padim Ciço precisa urgente de um marqueteiro, ou Reinaldo Aleluia vai roubar seus devotos fervorosos.

2) É hora de vestir minha sunguinha porque o tempo está abrindo.

Não acredito que paixão tão cega por um futebolista não tenha fundamento. Por isso, levantei a bandeira branca e dei o braço a torcer. Quero ver Reinaldo Aleluia no escrete canarinho. Até porque desconfio que a RBS e a Guaíba não pretendem transmitir tão cedo os jogos do Estadual de lá.

Além do subjetivo que move o amor do torcedor cearense, as razões objetivas para a convocação são evidentes.

90% dos turistas que visitam o Ceará são italianos. Tanto os internacionais quanto os domésticos. É muito natural se deparar nas praias com Rossis, Signorinis, Cannavaros (leia com aquela pronúncia do Vanucci) e, veja você, até Spagnolis. Ora, a pátria campeã mundial de futebol não aterrisaria por acaso naquela parte do Brasil.

Galvão Bueno jactaria-se. Depois de Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, o “R” de Reinaldo Aleluia inflaria seus pulmões, subiria lancinante pela traquéia, sacudiria sua língua e arremessaria prazerosos perdigotos no rosto do Arnaldo.

Pro Governo Lula, seria excelente ter um representante da região que mais votos lhe deu, o Nordeste, na Seleção. Já pensou o Aleluia marcando um gol em Wembley, tirando a roupa na comemoração, sendo preso e dando entrevista na BBC? “Nenhuma costela aparecendo. É o sucesso do Fome Zero no Brasil!”. Pensando bem, Ronaldo Ex-fenômeno já cumpre bem essa função.

E a Igreja Católica, hein? Pra conter a migração de fiéis, que tal a imprensa inteira bradando “Aleluia!”?

Acabo de acessar um site esportivo e descubro que o atacante foi colocado pra treinar em separado do grupo principal. Lógico. Com a Copa América agora em junho, certamente já está se preservando.

Sobre caciques e índios na redação

Pego uma carona no que o Cecconi escreveu sobre as experiências dele como funcionário e pobre “porco manipulado” e dou, sem graça nem brilho, meu pitaco de estréia no blog sobre as relações entre editores e repórteres dentro das redações.

Temos todos a convicção íntima de que algo não funciona apropriadamente bem. Como deixou transparecer nosso amigo, o convívio é atritado e pouco produtivo. Isso se deve a um fato muito simples que teima em não entrar na cabeça dos jornalistas. Editores e repórteres fazem negócios diferentes. Negócios que muitas vezes caminham em sentidos opostos.

Repórteres querem e se preocupam em fazer jornalismo. Editores prezam pelo aspecto administrativo da empresa. Há exceções, óbvio, entre os primeiros. Entre os segundos, se houver, não deverá durar muito no emprego.

Repórteres têm o olhar voltado para fora da redação. Se preocupam em pensar pautas que interessem ou sejam importantes para os leitores. Querem ganhar prêmios de investigação, derrubar ministros, fazer barulho, salvar a pátria. Editores querem manter os borderôs controlados, sem fazer barulho, sem chamar a atenção em demasiado para as suas editorias. Bons funcionários não causam problemas, resolvem-nos para o patrão.

Os editores querem equipes dóceis. Que não exijam muito para coordenar. Não querem de jeito nenhum reportagens que provoquem contestações de governadores, cartas de minsitros, processos de bandidos. Querem os departamentos jurídicos ociosos.

Quando foi a última vez que uma investigação jornalística derrubou uma autoridade? Quando foi que jornais e revistas lançaram algum grande caso de repercussão? Quando soltaram seus cães às ruas para apurar verdadeiramente uma história? O jornalismo está andando tristemente a reboque da Polícia Federal e do Ministério Público.

Denúncias feitas por fontes para repórteres não contam mais com a confiança dos editores. Os próprios jornalistas já não contam com essa confiança. E as fontes mínguam num caldo de apatia. Quantas vezes os jornalistas passam o dia atrás de uma boa pauta, apurando, checando, escrevendo. E brigando por espaço na edição do dia seguinte, argumentando, discutindo para descobrir que lançam súplicas contra ouvidos moucos?

Eu sempre achei que os jornais deveriam correr, pedindo aos jornalistas boas matérias para preencher as páginas tão caras do dia seguinte. Mas a mão dessa via está invertida. E os critérios empregados para a publicação de uma reportagem apontam mais para o baixo potencial de dano que as “denúncias” podem ter do que para aquilo que é importante para a sociedade saber.

Cortando por baixo, todos ficam com a mesma cara. Tudo tem o mesmo gosto de canja morna. O resultado disso está numericamente demonstrado nas tiragens. A Folha de S.Paulo, por exemplo, imprime hoje 250 mil, 270 mil exemplares diários. Um terço do que tirava há dez anos. O Gustavo pode dizer o impacto que isso tem para o mercado de publicidade. PV e Álvaro podem testemunhar qual é o nível dos repórteres que entram em contato com as assessorias de imprensa.

Para os leitores o resultado são publicações insossas, sem brilho, sem graça, sem diferenças entre si. O pessoal com seus vinte anos hoje nunca vai assinar um jornal depois que sair da casa dos pais. Não há nada ali que não tenha sido lido antes na internet. E de graça. Não há nada ali que interesse em particular. Não há nada ali que exalte alguma inteligência diferente. Nada que represente uma novidade.

Essa tibieza editorial será a laje tumular do jornalismo.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Não seja por isso


Agora fechou todas pro Spanholi.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Carta aberta pela valorização da palavra “amigo”

Esse blog não tem foto da Ellen Roche, mas me encho de alegria cada vez que o acesso. Graças à ele, tenho a possibilidade, ainda que virtual, de reviver um passado recente, coisa de 7, 8, 10 anos atrás (ok, retiro o “recente”). Tempo em que o encontro promovido aqui com o Cecconi, o Álvaro, o PV e o Café acontecia ao vivo no pátio da Fabico. Se o Criador não os abençoou na parte de fora, tenho certeza que guardou tudo para a parte de dentro. Sinto-me honrado de voltar a trocar idéias com mentes tão brilhantes como a destes caras. Enquanto muita gente pagava mensalidade por uma sessão de abdominais na academia, as piadas deles me faziam voltar pra casa com dor na barriga de tanto rir. Sem custo algum.

Estar em contato com eles já cria, na minha cabeça, um padrão de exigência para a palavra “amigo” bastante difícil de ser superado. Tanto que me revolto ao observar as tentativas de uso dela que existem por aí.

Por exemplo. Todo mundo conhece o tipo. Veterana da noite, trinta e lá vai pedrada, fica toda feliz quando o segurança pede a identidade na porta do Roseplace. Afinal, na sua mente vazia ecoa a idéia de que duvidaram que ela era maior de 18. É sua vizinha, e só a presença dela no edifício já contribui para a desvalorização do seu imóvel. Pois bem. Você ali, tentando pegar no sono na noite de quinta-feira e ela fazendo barulho com o salto carcomido no corredor, o pé que é um leque pra sair na rua, falando alto com a companheira de caçada:

- Tu sabe o Vaguininho né? O que toca tan-tan na Bons Vivants do Pagode? Pois é...é meu amigo...

Com todo o respeito, minha filha, mas amigo é o cacete. Usar tua cortina para higiene pessoal, após ato libidinoso com a tua participação, não é sinal de amizade. Prometer tocar “Parabéns à você”, versão pagode, num churrasco no meio do Parque da Harmonia que jamais sairá, não é sinal de amizade. Dizer que tu é a mãe ideal para o oitavo filho dele, e que já imagina todo mundo junto na mesma casa no Portoverde, não é sinal de amizade. Até porque, minha filha, amigo não costuma fazer visita ao teu apartamento no mesmo horário que eu assisto o Bom Dia Rio Grande.

Acontece também a deteriorização da palavra “amigo” no segmento dos vendedores de carros usados. É óbvio que há os honestos. Mas a maioria é conhecida pelo nome daquela ferramenta utilizada no trabalho dos mineradores e popularizada pelos serial killers. E é como uma pepita de ouro, mas sempre querendo teu fígado, que esses sujeitos te enxergam. Para conseguir seu intuito, abusam de expressões desprovidas de qualquer credibilidade, como “Meu bruxo”, “Meu grande” e “Meu bom”. E cometem também o uso de “Meu amigo”, jogando-o numa vala comum. Não ficam vermelhos ao oferecer um carro com fábrica no Rio Grande do Sul. Que Celta que nada: é um arremedo de Brasília, Fusca e Variant, confeccionado em algum ferro-velho da Grande Porto Alegre. Sinto pena dos desavisados que sucumbem à lábia Mike Tyson desses “amigões”: quando você vai ver, já foi.

“Amigo” denota estima e apreço. Consideração e importância. Uma certa dose de intimidade (mas vê lá que intimidades são essas, hein?). Chamar alguém assim é o mesmo que assinar um contrato dizendo que você vai estar lá presente empurrando o carro atolado (aquele fabricado no RS) no meio da Transamazônica, bem perto da tribo de ianomâmis canibais. Que vai agarrar aquele monstro, única piloto mulher da fórmula Truck, só porque ele se deu bem e pegou a amiga bonitinha. Que você não vai contar pra ninguém – embora vá morrer de rir sozinho - o segredo confiado de que ele tatuou uma Betty Boop no cócsis e agora está arrependido.

Pela sinceridade nas relações e pelo uso adequado dos vocábulos da língua portuguesa, cuide quando você for usar essa palavra, amigo leitor. Quer dizer, por enquanto, só leitor. Pelo menos até eu saber quem você é direito.

Pelúcia







Meu estilo de presente!

vai greminho!!!



Um dos autores desse blog, fotografado enquanto esperava ansiosamente a homogeneização carnal da avalanche gremista.

sábado, 19 de maio de 2007

Boas vindas

Post pessoal número 1

Acabo de me mudar. Um apartamento quarto e sala a menos de uma quadra de onde já morava, cinco minutos do trabalho. Quarto e cozinha já montados e uma sala decorada com muitas caixas.

Estou na fase dos primeiros contatos com vizinhos e vizinhas. Todos muito simpáticos a princípio, dando-me boas vindas. Eis que hoje instalo o pacotão da NET: TV, internet e telefone. Tudo funcionando beleza, como esta postagem atesta.

Mas, para retribuir a gentileza dos meus vizinhos, passo uma reprimenda no instalador que estava a assobiar alto no corredor do edifício enquanto trabalhava neste sábado às nove da manhã. Só que toda minha cordialidade acho que nada valerá, já que o instalador volta ao apartamento anunciando:

- Matei quatro gatos!

Tudo indica que havia uma rede de TV a cabo clandestina formada por todos os apartamentos. Sem assobiar, o cidadão trocou toda a fiação do edifício e eliminou todas as ligações anormais.

Agora sim estou apresentado para a vizinhança.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Lâmpada

Post Test Drive

Pra marcar a presença de um publicitário no meio de tantos jornalistas e RPs, aí vai um anúncio.

Vendo Celta 02 com ar. R$ 18 mil. Tratar F.: (51) 93641909

Tira o olho

Esse post é um teste para facilitar a edição deste blog. As opiniões nele expressas não representam necessariamente a opinião de todos os autores.