quarta-feira, 4 de julho de 2007

De Mailer e Talese, Without Toll At All

Sábado de sol com o céu claro e uma temperatura em torno de 20oC. Chegoo em Nova York para dois meses de estudos, que devem se tornar mais um dos turning points da minha vida. Um período sabático e turístico. Afinal somos jovens e temos que aproveitar.

De cara, começo a encontrar todos os estereótipos que vemos nos filmes. Logo na saída do aeroporto, pego um táxi dirigido por um indiano que sabia dizer bom dia, perguntar o endereço de destino e soletrar a tua resposta para se certificar de que vai te levar para o lugar certo. Só. Sem graça. Mas tem mais. No meio do caminho, o motorista cor de cinzas se vira para mim e pergunta num inglês macarrônico: Uei uiau tó éró? Eu faço uma cara de superioridade para deixar claro que não sou eu que entendo pouco a língua, mas ele que não sabe falar.

Depois de ler algumas placas na estrada, eu descubro que ele quer que eu escolha entre dois trajetos. Um que passa por um pedágio; outro, sem pedágios. Para mim, tanto faz. O pedágio está incluído no preço único da corrida entre o aeroporto e a cidade. “Vai pelo pedágio.” Não quero aumentar o lucro dele.

Ainda no caminho, passo por diversas daquelas placas de carros que realmente têm coisas do tipo: “BONJOVI6” ou “LUVRAP23”.

Todos os atendentes de restaurante e funcionários do prédio ou do metrô, por exemplo, são mexicanos. E ganham mais do que eu ou vocês. (Talvez o PV esteja ganhando mais. Afinal meus impostos têm que ir para alguma coisa produtiva.)

Hoje é o dia da indepência dos caras. Para curtir uma de turista verdadeiro, fui até o Ground Zero – onde estava o World Trade Center. Todos os verdadeiros americanos estavam lá. Zelando pelas almas dos seus bravos heróis. Do lado das obras, há um posto de recrutamento para o Exército. Não dá para duvidar da noção de oportunidade deles.

Mas o mais impressionante – e positivamente impressionante para mim – é como o pessoal daqui aproveita a cidade deles. Como eles se dedicam a ir aos parques curtir os finais de tarde. Como ninguém parece viver dentro daquela nossa paranóia de trabalhar, trabalhar e trabalhar mais um pouquinho. Às 17h, todo mundo está na rua. Trabalho só amanhã.

E vão para coisas como o Lincoln Center assistir a um show de música. Durante todo o verão, a prefeitura e outras instituições organizam esse tipo de coisa. Shows gratuitos só para celebrar os dias mais longos. Ontem, tinha umas duzentas pessoas dançando felizes da vida no Lincoln Center. Amanhã, estarão lá novamente.

Tudo without toll at all.

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